quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A legalização do aborto é uma questão de saúde pública no Brasil


Cerca de 5 milhões de mulheres já declaram ter realizado aborto no Brasil, ou seja, uma em cada sete mulheres. Hoje são executados mundialmente 20 milhões de abortos, desses, 97% são feitos em países pobres ou em desenvolvimento, onde a prática abortiva é criminalizada. Isso leva a uma simples conclusão: o aborto existe, e os estudos históricos comprovam que essa prática, apesar de clandestina sempre marcou a vida das mulheres por ser a única alternativa frente a uma gravidez indesejada.

Mulheres em condições financeiras privilegiadas optam pela interrupção da gravidez por meio de clínicas particulares que dispõem de profissionais preparados e procedimento seguro. Já as mulheres da classe trabalhadora, em sua maioria negras, são vitimas do sistema capitalista e de um estado que se declara laico, mas que destinam como única alternativa a adesão de procedimentos inseguros que colocam em cheque sua saúde e vida. O aborto clandestino é responsável por 602 internações diárias causadas por infecção, 25% de casos de esterilidade e 9% de óbitos maternos, o que corresponde a terceira maior causa de morte materna, no país. Não obstante, as que sobrevivem, correm o risco de serem presas, posto que a prática é um crime, segundo o código penal brasileiro (de 1940).

Outro dado estatístico que deve ser pontuado é que uma em cada cinco mulheres com a faixa etária de 40 anos já provocou o interrompimento da gravidez. Isso revela que mais de 5 milhões de mulheres entre 18 e 39 anos já abortaram. A maioria delas abortam com métodos inseguros e acabam finalizando o aborto nos hospitais públicos. Portanto, o aborto é uma questão de saúde pública no Brasil e de direitos fundamentais das mulheres.

A discussão sobre o aborto no Brasil tem sido pautada pelo poder público brasileiro como moeda de troca para angariar votos, em particular das comunidades evangélicas e católicas, haja vista como o tema foi tratado nas últimas eleições presidenciais. Isso revelou que o Estado brasileiro não discute o aborto e a saúde da mulher, mas a possibilidade das plataformas religiosas regularem ou não a reprodução das mulheres. Um claro indicativo da força das religiões cristãs no espaço público, o que revela a fragilidade do Estado diante do poder das religiões, salientando que o Brasil é um país constitucionalmente laico.

A opinião individual sobre a questão do aborto não pode e não deve ser colocada em questão. O que deve ser levado para a discussão é como o Estado pensa em cuidar desses milhões de mulheres que chegam aos hospitais públicos para finalizar um aborto e quais políticas a serem adotadas para amparar as mulheres que não desejam levar uma gravidez até o fim, uma vez que é um mito dizer que a mulher nasceu para ser mãe, trata-se de uma construção histórico-cultural.

Morgana Damásio
Rose Cerqueira

28/11/2011 - DIA LATINO-AMERICANO E CARIBENHO PELA DESCRIMINALIZAÇÃO E LEGALIZAÇÃO DO ABORTO

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28/09/2011 - DEBATE SOBRE LEGALIZAÇÃO DO ABORTO

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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Nota de apoio à companheira Márcia Honorato, ameaçada de morte por policiais militares

Nota endossada pelos coletivos e indivíduos que fazem parte da rede CMI-Brasil.

Aberta a novas adesões, pelo endereço da Rede contra a Violência: comunicacao.rede@gmail.com

Nota de apoio à companheira Márcia Honorato, ameaçada de morte por policiais militares

Como é de conhecimento comum, a situação dos militantes de direitos humanos no Estado do Rio de Janeiro é de extrema vulnerabilidade. Isto se dá, pois, toda denúncia feita de alguma violação de direitos, principalmente aquela provocada por agentes da segurança pública, vem acarretando algum tipo de represália e ameaças. Um dos exemplos recentes disso é a situação enfrentada pela militante da Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência, Márcia Honorato.


Márcia é uma reconhecida militante no Estado do Rio de Janeiro, especialmente por sua atuação no sentido da denúncia de inúmeras violações cometidas por policiais militares contra moradores de favelas e periferias cariocas e fluminenses. Ela participou ativamente das mobilizações que se originaram a partir da Chacina da Baixada, em 2005, quando policiais militares assassinaram 29 pessoas entre Nova Iguaçu e Queimados. Além disso, ajudou a denunciar grupos de extermínio nesta mesma região, além de atuar em outros casos de violação do direito à vida cometida por agentes públicos no Estado do Rio de Janeiro. A partir de então, entretanto, sua vida passaria por uma modificação profunda. A militante de direitos humanos em questão sofreria um atentado, em 2007, e diversas ameaças após isso. Uma das mais graves ocorreu em abril do referido ano. Márcia estava em casa, quando observou que o portão de entrada estava aberto, o que achou muito estranho, pois este costuma ficar sempre fechado. Assim, foi até o portão para fechá-lo, e, neste momento, uma pessoa que se encontrava, juntamente com outra, em uma moto parada na rua, chamou pelo seu nome. Em seguida, desceu da moto e foi até Márcia, pegando-a pelo pescoço, e falou: "você é um anjo; eu já te avisei; você quer morrer?". Enquanto dizia isso, esfregava uma arma de fogo sobre o rosto de Márcia e esta respondeu, então: "vai se ferrar!". O homem, então, atirou para o alto e, neste exato momento, o outro indivíduo que estava na moto aproximou-se, segurou o pescoço daquele que atirou, dizendo: "você está maluco?! quer complicar ainda mais a nossa vida?!".

Márcia foi obrigada, então, a abandonar sua casa às pressas, deixando para trás sua moradia e seu comércio, de onde obtinha a renda que a sustentava e aos seus filhos. Em junho de 2008, ela foi inserida no Programa Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos do Governo Federal. Infelizmente, não somente ela ficou vulnerável, mas toda a sua família. Seus filhos, ex-marido e sogra também tiveram que sair de onde moravam. Todos eles perambularam por diversos locais e hoje correm o risco de morar na rua. Recentemente, numa tentativa frustrada por quem deveria lhe dar uma satisfação, foi impedida de relatar sua situação à ministra Maria do Rosário, da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.

Entretanto, apesar de supostamente estar sob a proteção do Estado, esta não se efetivou em momento algum. Como afirmou o professor Daniel Aarão Reis em artigo publicado no jornal O Globo (20/09/2011), Márcia vive hoje numa espécie de "clandestinidade oficial". Apesar da extrema vulnerabilidade, Márcia continuou a atuar como militante de direitos humanos. Ela acredita que um mundo sem injustiças e violência é possível. Participou de inúmeras atividades que a Rede contra a Violência realizou no ano e também contribuiu para a denúncia de vários casos de violência policial em favelas do Rio de Janeiro, sejam elas ocupadas ou não através das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Recentemente, entre outras ações, estava acompanhando e ajudando a denunciar casos de violência estatal ocorridos em duas comunidades ocupadas pela polícia: Pavão-Pavãozinho e Coroa. Na primeira, desde a morte de um jovem por policiais em abril deste ano, foram denunciadas vários outras violações cometidas por estes agentes, com o conseqüente afastamento de um policial daquela UPP. Na segunda, ela acompanhou a situação de jovens que foram seqüestrados por PMs.

Mais uma vez a sua atuação e a dos militantes da Rede não seriam bem vistas. Desde o final de agosto, militantes do referido movimento social vêm sofrendo uma série de ameaças provenientes de policiais. Ameaças por telefone e tentativas de intimidação pessoal ocorreram. Contudo, a situação mais grave ocorreu com a Márcia, em 12 de setembro, no Centro do Rio de Janeiro: ela sofreria duas tentativas de assassinato. A primeira ocorreu na altura do Passeio Público, por volta das 14:30hs. Quando tentou atravessar uma rua próxima, um carro (Siena) foi em sua direção e ela desviou. Considerou que, pelo trânsito da cidade ser caótico, aquela situação expressava a imprudência de algum motorista.

A segunda tentativa ocorreu por volta das 21hs, quando alguns integrantes da Rede estavam indo embora. Ela e outros companheiros pararam para fazer um lanche, na Cinelândia. Neste instante, percebeu que um carro com as mesmas características daquele que quase a atropelou estava parado próximo e seus integrantes conversavam com policiais militares que estavam na rua. Ela não deu importância naquele momento. Algum tempo depois, já próximo à Central do Brasil, quando já havia se despedido dos demais, o momento mais grave: esse mesmo carro que havia tentado atropelá-la anteriormente faria uma nova tentativa. Neste momento, o sinal de trânsito estava fechado, mas uma ambulância passou pedindo passagem. O carro, então, aproveitou este instante para avançar sobre Márcia. Ela percebeu o que estava acontecendo, jogou-se na direção da ambulância e conseguiu correr até um bar, onde se escondeu num banheiro. O carro voltou, e um dos integrantes (havia cinco pessoas no veículo, todos encapuzados) abaixou o vidro, procurando-a. Pessoas que estavam no bar naquele momento ficaram atordoadas e comentaram: "Nossa, vai morrer todo mundo". Quando ela saiu do banheiro um cliente lhe perguntou: "A senhora viu? Deve ser algum acerto de contas". Ela respondeu, tentando não chamar a atenção para si: "Não vi nada, não". Assim que percebeu que o carro não estava mais lá, ela saiu correndo, procurando um lugar seguro para ficar.

Por tudo isso, não admitimos esta situação. Exigimos que as autoridades públicas, municipais, estaduais, federais e da justiça tomem medidas imediatas para garantir a segurança de Márcia e sua família. É inadmissível que num Estado que se quer chamar de democrático permita que seus próprios agentes cometam tantos crimes e ameacem quem ousa denunciá-los publicamente. Márcia não pode se transformar em mais um número. Ela não pode se tornar mais uma cova no cemitério.

Nenhum militante a menos!!!

Movimentos sociais, instituições e indivíduos que assinam esta nota:

Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência - RJ | Mães de Maio - SP | Fábio Konder Comparato - Advogado e Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo | Pedro Paulo Lourival Carriello - Defensor Público (RJ) | Rubens Casara - Juiz de Direito | Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia (CDH/CRP/RJ) | Daniel Aarão Reis - Professor da UFF | Luciana Vanzan - Conselheira do CRP/RJ | Humanitas (Direitos Humanos e Cidadania) - RJ | Ignácio Cano - professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro | Grupo Tortura Nunca Mais - SP | Débora Maria - promotora popular e coordenadora das Mães de Maio | Danilo Dara - Historiador | Alípio Freire, jornalista, escritor e artista plástico - SP | Instituto de Estudos da Religião (ISER) - RJ | Laboratório de Análise da Violência - UERJ | Rose Nogueira, jornalista e presidente do Grupo Tortura Nunca Mais - SP | Rede de Denúncia e Proteção aos Militantes ameaçados de morte - Basta de assassinatos! Nenhum militante a menos! - SP | Lúcia Rodrigues - jornalista da Caros Amigos e da Rádio Brasil Atual | Campanha Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto - BA | Quilombo Xis- Ação Cultural Comunitária - BA | Alipio Freire - Jornalista e escritor (SP) Núcleo de Preservação da Memória Política - SP | Maria Helena Moreira Alves - Professora da Universidade do Chile | Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade - MG | Brigadas Populares - MG | Cristina Pedroza de Faria, fotografa e professora | João Brant - Intervozes (SP) | Vera Vital Brasil - Fórum de Reparação e Memória do RJ | Pastoral Carcerária - SP | Conceição Oliveira - Blog Mariafro (SP) | Rodolfo de Almeida Valente - Coordenação Jurídica da Pastoral Carcerária de São Paulo | Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania - BH (MG) | Uneafro-Brasil | Aline Gama - UERJ | Eliana Sousa Silva - Redes da Maré (RJ) | Rede Extremo Sul - SP | Adriana Vianna - Professora do Museu Nacional/UFRJ | LACED - Laboratório de Pesquisas em Etnicidade, Cultura e Desenvolvimento - Museu Nacional/UFRJ | Simone Maria - Socióloga | Igor Ojeda - Jornalista Raquel Willadino - Observatório de Favelas | Tatiana Merlino - Jornalista | Reginaldo Bispo - Movimento Negro Unificado (MNU) | Grupo de Educação Popular do Morro da Providência (GEP) | Maria Geneci Silveira - RS | Centro de Mídia Independente | Coordenação do Movimento Negro Unificado de Santa Catarina | Walter Mesquita - Viva Rio | Danilo Moura - Instituto Quilombista (SP) | Ângela Soligo - Unicamp | Sarau da Ademar - SP | Zilda Márcia Grícoli Iokoi - Professora titular e membro do Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da FFLCH da Universidade de São Paulo | Consuelo Gonçalves - MNU e Rede Quilombos do Sul | Luciane de Oliveira Rocha - Ong Criola | Fórum Estadual de Juventude Negra - ES | Ali Rocha, jornalista/produtora - SP | Mercia Britto - Cinema Nosso (RJ) | Luis Carlos Nascimento - Cinema Nosso (RJ) | Carolina Merat - Produção do Filme Luto como Mãe | Comitê Pró-Haiti| Coletivo Merlino - SP

FONTE: CMI BRASIL

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Chamada Blogagem Coletiva: Pela Descriminalização e Legalização do Aborto

Clique na imagem para ampliar!

Dia 28 de setembro é o Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto. No Brasil o aborto é crime, mas sabemos que isso não impede e nunca impedirá sua prática. A clandestinidade, no entanto, condena mulheres as práticas inseguras. A criminalização das mulheres que abortam impossibilita nossa autonomia e nos obriga a colocarmos nossas vidas em risco. Somos todas clandestinas.

Por isso convidamos você a participar, no dia 28 de setembro, de uma blogagem coletiva em prol da descriminalização e legalização do aborto. Escreva um texto no seu blog e deixe o endereço aqui nos comentários ou nos envie por email, redes sociais, etc. No dia 28/09, às 15h postaremos uma lista com todos os textos participantes.

Ninguém é a favor do aborto e contra a vida. Nós somos a favor das mulheres decidirem sobre seus corpos e a favor de que milhares de mortes de mulheres sejam evitadas. Ser contra o aborto é decidir por você. Ser contra a legalização do aborto é decidir por todas. Ser contra o aborto é não achar certo fazer um aborto. Ser contra a legalização do aborto é ser a favor da morte de milhares de mulheres. Continue lendo em Aborto: 10 razões para legalizar do coletivo Sapataria.

Abaixo, cartaz com algumas ações que vão acontecer em São Paulo, com uma programação construída por estudantes e coletivos feministas da PUCCAMP, PUCSP, USP, UNICAMP, UFSCar, Unesp – Franca e Faculdade de Direito de Franca.

TIRADO DO BLOG: BLOGUEIRAS FEMINISTAS

domingo, 25 de setembro de 2011

[ALF] Ataque incendiário ao biotério central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

ALF - Ataque incendiário ao biotério central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)



Florianópolis, 20 de setembro de 2011

A Frente de Libertação Animal (ALF) assume a autoria da invasão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na madrugada de 20 de setembro de 2011. Nós deixamos a nossa marca nos muros do complexo do biotério da UFSC, inclusive no novo prédio do Biotério Central, ainda em construção, para que todos os vivisseccionistas saibam que estamos aqui e em todos os lugares lutando pela liberdade dos ratos, pombos, cabras e cães que a UFSC mantém em confinamento para serem usados em experimentos ultrapassados que violam os interesses desses animais e em nada beneficiam a saúde humana.

No novo prédio do Biotério Central já estavam armazenados equipamentos de alta tecnologia que seriam usados para a tortura e morte desses animais, que foram embebidos em líquidos inflamáveis que em seguida foram acesos. Com isso, conseguiremos paralisar efetivamente as obras de expansão dos laboratórios e com isso, por algum tempo, muitas vidas serão poupadas. Essa ação foi estudada cautelosamente para garantir que nenhum animal, humano ou não humano, corresse risco de se
r ferido durante a ação.

Nós voltaremos para libertar os animais, e voltaremos para sabotar novos equipamentos quando esses forem recebidos. Voltaremos para garantir que o direito de vida e de liberdade seja garantido a cada um dos seres sencientes explorados por essa universidade.

ALF - Animal Liberation Front

site: www.ativismobrasil.net
contato: ativismobrasil@riseup.net


COMUNICADO
Picture
ALF - Ataque incendiário ao biotério central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Primeiras horas do dia 20 de setembro de 2011 em uma noite silenciosa sob chuva fina no campus da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil)...

A ALF invade na universidade... sem pedir permissão (naturalmente).

Depois de visitar os recintos destinados ao confinamento, tortura e morte de cabras, algumas dezenas de pombas, milhares de ratos e mais de 200 cães da raça beagle, fizemos uma visita ao novo prédio do Biotério Central da UFSC,ainda inacabado, mas que já abrigava ainda embalados os equipamentos de alta tecnologia que seriam usados para a tortura e morte de seres sencientes para atender aos interesses da econômicos da universidade e da indústria, interesses travestidos de uma pseudociência que não beneficia aos animais humanos (com exceção daqueles que têm a sua "carreira" baseada nesses experimentos).

Na verdade, essa não foi a nossa primeira visita ao biotério da UFSC, já que essa ação vem sendo planejada há meses por meio da avaliação do terreno, animais, equipamentos e rotina da segurança.

Às 4 horas e 15 minutos dessa gloriosa manhã de setembro, (quase) véspera do iníco da primavera, despejamos sobre esses valiosos equipamentos dezenas de litros de líquidos inflamáveis. Como quem rega uma planta para vê-la florir na primavera, regamos com a benção da destruição esses instrumentos que seriam usados para ceifar vidas. A efulgência fulminante do clarear precoce desse dia em meio à noite foi o fruto resultante do riscar do nosso fósforo, deixando ao fogo a nobre tarefa de purificar essa construção atroz.

Recebemos o abrigo generoso da mata vizinha que há muito testemunha, silenciosa, os gritos desses que são vítimas da soberba e da ganância humanas. Por hoje eles souberam que a sua voz foi ouvida e para o futuro eles têm a promessa de que voltaremos, sedentos por mais um clarão efulgente, ávidos pelo aroma da destruição que purifica e convictos de que lutaremos até que os seus direitos sejam respeitados. Custe o que custar.

Vocês podem nos procurar, mas não irão nos encontrar, pois nós estamos em todos os lugares, mas a ALF não está em lugar algum e por isso vocês não podem nos parar. Ninguém pode.

Vocês podem recorrer às leis, mas somos nós quem fazemos justiça.

Vocês podem tentar justificar a sua sede por cargos e dinheiro ainda que isso custe a vida de milhares de animais, mas somos nós quem estamos do lado da verdade.

Vocês podem conseguir esquecer da sua culpa para tentar dormir tranquilos a noite, mas nós estaremos acordados e quando vocês menos esperarem estaremos batendo na porta da sua universidade, da sua empresa, da sua casa...

Celebramos com a ação do dia 20 de setembro de 2011 a recente libertação de Kevin Kjoonas, o último condenado da campanha SHAC 7, e a dedicamos a todos os que já perderam a sua vida ou liberdade enquanto lutavam pela liberdade de outros seres.

Sobretudo, dedicamos essa ação aos milhões de animais que sofrem nos laboratórios, circos, zoológicos e fazendas de todo o mundo.

ATÉ QUE TODOS SEJAM LIVRES

ALF - Frente de Libertação Animal

vídeo da ação: http://www.youtube.com/watch?v=sfaiVgYMKjA

Saiba mais - www.ativismobrasil.net

NO SITE: ATIVISMO.NET TEM AS INFORMAÇÕES E AS FOTOS, CONFIRAM!!!

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Universitário africano é espancado até a morte por PMs em MT


A HISTÓRIA SE REPETE!!! QUANTOS MAIS TERÃO QUE MORRER?

Estudante de Guiné-Bissau foi espancado em pizzaria em Cuiabá.
PMs disseram que tentaram conter rapaz que pedia dinheiro no local.

Um estudante africano que cursava economia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) morreu após ser espancado na noite desta quinta-feira (22) em uma pizzaria localizada no bairro Boa Esperança, em Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, dois policiais militares, ambos de 24 anos, e mais um empresário que é filho de um delegado aposentado, de 27 anos, são suspeitos de espancar o universitário até a morte.

Ao G1, a Polícia Civil informou que a vítima identificada como Toni Bernardo da Silva chegou ao estabelecimento por volta das 23h desta quinta-feira. No local, ele começou a pedir dinheiro aos frequentadores da pizzaria. Em uma das mesas, o universitário esbarrou em uma mulher. O namorado dela, o empresário de 27 anos, e os dois PMs que estavam à paisana no local, retiraram à força o universitário do estabelecimento e começaram a agredi-lo com socos e pontapés.

Uma moradora que reside ao lado do estabelecimento tentou apartar a briga, mas não conseguiu. Não houve tempo para ninguém prestar socorro à vítima, que acabou morrendo no local.

Os suspeitos foram autuados em flagrante e vão responder na Justiça pelo crime de homicídio. Na manhã desta sexta-feira (23) eles prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na presença do representante da Corregedoria da Polícia Militar. Em depoimento, eles disseram que apenas imobilizaram o rapaz.

O corpo da vítima está no Instituto Médico Legal (IML) e passa por exames periciais. Segundo o órgão, o laudo inicial do corpo do estudante aponta que ele foi morto por asfixia devido a uma lesão na traqueia. O corpo do estudante ainda será submetido a exames toxicológicos e de alcoolemia, já que há a suspeita de que ele estaria embriagado.

A Assessoria de Relações Internacionais da UFMT ainda vai se manifestar sobre o ocorrido. O estudante é natural de Guiné-Bissau, país localizado na costa ocidental da África, mas residia em Cuiabá há sete anos. Ele e mais um grupo de guinenses estavam fazendo intercâmbio em Cuiabá para estudar na UFMT. A Polícia Militar informou que vai investigar administrativamente a conduta dos dois policiais militares suspeitos de envolvimento no assassinato.

FONTE: G1


PM's e empresário são acusados de matar aluno da UFMT
Ele teria pedido R$ 10,00 à mulher e foi espancado com chutes na cabeça, em uma pizzaria no bairro Boa Esperança

O estudante Toni Bernardo da Silva, 27, foi morto a pancadas, na noite de quinta-feira (22) na pizzaria Rola Papo, no bairro Boa Esperança, em Cuiabá. Toni é natural de Guiné Bissau, país na costa ocidental da África, e fazia intercâmbio no Brasil. Cursava Letras na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Logo após o crime, a Polícia Militar prendeu o empresário Sérgio Marcelo da Silva, 27, e os policiais militares Higor Marcell Mendes Montenegro e Wesley Fagundes Pereira, ambos de 24 anos. Os três são acusados de terem espancado o estudante até a morte.

Sérgio tentou fugir do local, mas foi localizado pela PM. Ele alegou que iria se dirigir até o Pronto-Socorro, para buscar atendimento.

Segundo informações da PM, a briga começou quando o estudante se aproximou da esposa do empresário, identificada como Cláudia Rocha, e pediu R$ 10. A mulher teria negado o dinheiro e o estudante a teria puxado pelo braço, exigido o dinheiro.

Nesse momento, o empresário teria começado a agredir o jovem, os policiais Higor e Wesley entraram na briga. Eles não estavam em horáro de serviço. Higor está na PM há três anos e passou no último concurso para o Curso de Formação de Oficiais (CFO).

"Matando jacaré a socos"

Testemunhas revelaram que o estudante levou muitos chutes e socos na cabeça, caiu no chão e continuou a ser agredido pelo trio. Um policial militar que atendeu a ocorrência disse que as cenas foram fortes, havia muito sangue no local. "Parecia que estavam matando jacaré a socos", revelou o policial militar.

Devido às pancadas que recebeu, Toni teve traumatismo craniano e morreu no local. Há informações, não confirmadas, de que o jovem seria usuário de entorpecentes.

Atualmente, 19 estudantes africanos fazem intercâmbio na UFMT, 17 estudam no campus de Cuiabá e 2 em Rondonópolis. A maioria deles faz o curso de Letras.

O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

TROY DAVIS É EXECUTADO!!!


#Troy Davis foi assassinado! Esta é umas das mais brutais e obscuras ações humana. NÃO DEVEMOS NOS SILENCIAR JAMAIS DIANTE DO SISTEMA PENAL! Somos todxs Troy, somos todxs Mumia Abu-Jamal, somos todxs Ademir Fernandes (morto no Centro de Artes, Humanidades e Letras - CAHL da UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia e que até hoje não tem explicação)! Estamos tod@s no corredor da morte. "Autoridades confirmaram que a execução de Troy Davis as 23:08. "Troy Davis, nas últimas palavras, disse que não tinha arma, não matou ninguém e que sentia pela perda da família da vítima." "Sou inocente".

Antes de ser executado, saiu uma notícia que adiava a execução de Troy Davis, devido a protestos vindo de todo o mundo:

Após protestos ao redor do mundo, EUA adiam execução de Troy Davis


Logo após, foi anunciado a execução de Troy Davis:

Suprema Corte rejeita último apelo e ordena execução de Troy Davis

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O CASO TROY DAVIS


A Amnesty International USA (Anistia Internacional dos USA) e do Brasil também (Anistia Internacional Brasil) está fazendo um apelo para que TODXS ajudem a parar a execução de Troy Davis! Ninguém ficará sentado silenciosamente em Atlanta e todo lugar em todo o mundo! Envie mensagens pelo site da Anistia:

Take Action Now - Amnesty International USA

Após um processo recheado de dúvidas, a justiça norte-americana está prestes a executar Troy Davis. Quem não fizer nada para impedir esta execução, será também seu responsável. Contra a pena de morte: justiça para Troy Davis! Mais informações, acesse:

Troy Anthony Davis


LIBERDADE A TODXS XS PRESXS POLÍTICXS!!!

http://www.amnesty.ca/atrisk/index.php/troy-davis/


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

CARTÃO POSTAL DE MENTIRA

O MOTIVO DE EU TER FEITO O POST ANTERIOR:



Inaugurada em 15 de dezembro de 2002, a Ponte Juscelino Kubitschek tornou-se um marco da arquitetura e novíssimo cartão-postal da capital federal, mas também o legado final da inesquecível dupla de ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, criador e criatura, o primeiro, derrotado pelas urnas, o segundo, afastado pela lei. A construção da “terceira ponte”, como a JK era conhecida antes mesmo de sair do papel, fez a última ligação fundamental entre o núcleo do Plano Piloto (a zona central e as asas Sul e Norte) e o Lago Sul, área mais nobre da cidade. Serviu, também, para atender ao crescimento desmedido de condomínios de classe média na região e, de quebra, engordar o caixa de empreiteiros amigos. Levada a cabo por um consórcio de construtoras locais, a obra deveria ter custado cerca de 40 milhões de reais, mas acabou por 186 milhões de reais. Agora, corre o risco de cair.

Em 20 de janeiro, pouco mais de oito anos depois de inaugurada, a Ponte JK foi interditada por razões de segurança. Na manhã daquele dia, enquanto verificava a existência de vítimas em um acidente de carro no Lago Sul, um grupo de bombeiros foi procurado por um cidadão preocupado. Ciclista amador, ele afirmara ter sentido fortes oscilações na estrutura da ponte ao atravessá-la, 20 minutos antes. Os bombeiros foram verificar e, ao perceberem a ponte balançar no meio do trajeto, decidiram chamar a Defesa Civil e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), estatal distrital responsável pela manutenção da obra. Pouco depois do meio-dia, a ponte foi interditada por agentes da Polícia Militar e do Departamento de Trânsito (Detran). Com as pistas parcialmente fechadas, desde então, a travessia de 1,2 quilômetro feita, diariamente, por 100 mil veículos sobre a Ponte JK virou um inferno particular para parte da população brasiliense.

Engenheiros da Novacap e da Universidade de Brasília (UnB), além de técnicos da Defesa Civil, detectaram um desnível entre 3 e 4 centímetros em um trecho do piso da ponte, uma dilatação mínima na obra, mas capaz de deixar as autoridades em alerta. De lá para cá, foram precisos quatro relatórios para se chegar a um diagnóstico razoável, segundo informação da Novacap. Ao que tudo indica, nos últimos oito anos, a ponte sofreu avarias em um dos trechos da via, conhecido como “tabuleiro”, e, por isso, os quatro aparelhos que o sustentam, com função de pilares, serão trocados. O problema, de acordo com a Novacap, deve ter sido provocado por freadas bruscas de veículos pesados.

Ainda pairam outras dúvidas, contudo, em relação ao estado físico da obra. Três meses antes da interdição, Dickran Berberian, especialista em patologia de estruturas e professor de engenharia civil da UnB, avisou a Novacap sobre a situação aparentemente precária de alguns cabos de aço que, esticados por macacos hidráulicos, ajudam a sustentar a ponte. Em alguns pontos, garante Berberian, eles cederam 10 centímetros. Ele foi o primeiro especialista a levantar a possibilidade de que o mau estado da JK é resultado da falta de manutenção, a ser feita de três em três anos. Em seguida, foi a vez da Via Engenharia fazer coro à tese e culpar a Novacap pela negligência. A direção da estatal nega ter havido problemas do gênero.

Assim, tão complicado quanto descobrir a exata deficiência da Ponte JK é apontar os verdadeiros responsáveis pelo estado da obra. Pistas há, a começar pela natureza do consórcio montado para a construção, liderado pela Via Engenharia, do empresário Fernando Queiroz. Juntamente com outro empreiteiro local, José Celso Gontijo, dono da JC Gontijo, Queiroz fazia parte do círculo íntimo dos ex-governadores Roriz e Arruda. Foi com Roriz que a Via Engenharia conseguiu o contrato da Ponte JK e, posteriormente, os aditivos que elevaram o preço da obra em cinco vezes.

Quando de sua inauguração, em 2002, as cifras envolvidas no empreendimento chamaram a atenção do Ministério Público local. Roriz foi acusado de desviar recursos da área de saúde para as obras da ponte e de superfaturar os preços dos materiais. Técnicos do Tribunal de Contas do DF detectaram preços até 500% mais caros que o valor de mercado. Mesmo assim, a conta ficou para o contribuinte e, claro, ninguém foi parar na cadeia. Pelo menos por enquanto.

Investigada pela Polícia Federal a partir da Operação Caixa de Pandora, deflagrada em novembro de 2009, a Via Engenharia também é acusada de cobrar propinas para concluir outra obra sob sua responsabilidade, o novo prédio da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Iniciada em 2000, a construção ficou paralisada entre 2005 e 2008, quando foi retomada, graças a um contrato de 72,5 milhões de reais assinado pela empreiteira e o ex-governador Arruda. Durante uma batida na casa de Fábio Simão, ex-chefe de gabinete de Arruda, a PF encontrou uma planilha de pagamentos do Shopping Popular e da Câmara Distrital, duas obras tocadas pela Via Engenharia orçadas em quase 100 milhões de reais. No documento, havia previsão de pagamento de subornos de 5% e 2,5% sobre os recursos liberados pelo ex-governador.

José Celso Gontijo aparece em um dos vídeos do ex-secretário de Relações Institucionais de Arruda, o delegado Durval Barbosa, delator do esquema do chamado “mensalão do DEM” no DF. Na fita, o empreiteiro entrega dois pacotes de dinheiro para Barbosa. “Eu tentei vir cá algumas vezes, mas você estava cheio de problemas, né, Durval?”, desculpa-se o empreiteiro, sem saber da gravação. De acordo com Barbosa, o dinheiro arrecadado com o empresário era distribuí-do aos principais integrantes do esquema de Arruda. A saber: o próprio governador, o vice-governador Paulo Octávio, secretários de governo, assessores e deputados distritais da base aliada.

Também é confusa, para dizer o mínimo, a relação do governo local, do PT, com os responsáveis diretos pelo projeto, conclusão e finalização da Ponte JK. O secretário de Obras do governo Roriz, à época da construção, era Tadeu Filippelli, do PMDB, atual vice-governador do DF, eleito na chapa do petista Agnelo Queiroz. Filippelli, homem de confiança absoluta de Roriz, mudou de lado às vésperas das eleições do ano passado. Além disso, durante o governo Arruda, o responsável direto pela manutenção da ponte era o então presidente da Novacap, Luiz Carlos Pitman – atual secretário de Obras de Queiroz. Portanto, com aliados assim, o risco de desabamento não é, nem de longe, uma exclusividade da Ponte JK.

TIRADO DO SITE CARTA CAPITAL

terça-feira, 13 de setembro de 2011

A PONTE (164 MILHÕES DE REAIS)


"A PONTE DA CAPITAL É DEMAIS!"

POR GEÓRGIA DETOGNE

A ponte Juscelino Kubitschek foi inaugurada no início de dezembro de 2002. Além de aproximar alguns dos bairros da capital federal, ela também possui várias outras funções. De acordo com o arquiteto e urbanista Alexandre Chan, responsável pela construção, sua obra atende além das necessidades técnicas, as orgânicas, estéticas, paisagísticas, monumentais e culturais. São 1.200 m de extensão com 24 m de largura que comportam 6 pistas. Sem sombra de dúvida, este é o resultado de um brilhante trabalho e de uma absurda falta de bom senso por parte do governo. Ninguém discorda que facilitar as condições de locomoção dos moradores de Brasília é algo de extrema importância, afinal, a atitude acaba influenciando no aumento da qualidade de vida das pessoas. Mas para ligar o Plano Piloto à QL 24/26 do Lago Sul foram gastos 164 milhões de reais.

A ponte, que foi construída em cima de uma falha geológica e que possui seus três arcos inspirados pelo movimento de uma pedra quicando sobre o espelho d'água, arranca suspiros devido a sua "mania de grandeza". Infelizmente, isso não somente acontece dentro do Brasil. Em 2003, Chan foi premiado com o "Oscar" da engenharia pela Sociedade dos Engenheiros do Oeste da Pensilvânia, durante a 20ª Conferência Internacional sobre Pontes, em Pittsburgh. Entregaram a ele uma medalha (a Gustav Lindhental) e ao governador , Joaquim Roriz, uma plaquinha.

Prêmio mais que merecido, pois não é qualquer dia que se gasta em uma ponte mais aço do que foi preciso para a construção da Torre Eifel, localizada em Paris. Sem contar que "o volume de concreto submerso (debaixo d'água) é suficiente para construir três superquadras inteiras, com 2 mil apartamentos". Bom, esses são dados oficiais e quem quiser saber mais é só acessar a página do Ministério dos Transportes.

Não vou ser hipócrita ao ponto de negar que o arquiteto estava em bons dias quando pensou sua criação e que ela é belíssima. Porém, num país como o nosso, onde as pessoas são privadas dos itens mais básicos, como por exemplo, Saúde e Educação, é impossível não achar a PONTE JK um exagero!

"A ponte é um vai-e-vem de doutor,
Tem ambulante, tem camelô.
Olha pra baixo vejo jet-ski e altos barcos,
Olha pra cima lá estão os três arcos.
A ponte saiu do papel virou realidade,
Novo cartão postal da cidade".

LETRA DA MÚSICA DE LENINE - A PONTE



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