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terça-feira, 30 de novembro de 2010

RESENHA: CONTRACULTURA - ARTE PARA INCONFORMES, ARTE PARA TODXS.


Resenha e fotos por Daniel 'Muedor'.

E ae galera do Tomanacara, aqui quem vos escreve é Daniel MUEDOR, um abestaiado vindo do nada, que volta e meia sai pra tirar onda na cidade dos outros, hehe! E dessa eu fui tirar onda em Cruz Das Almas, no evento do nosso amigo Cláudio (da Exclusos), o Contra Cultura. Impossível começar essa resenha sem xingar Dudu de MALUCO por ter me deixado escrever sobre o som todo, haha! Mas vamo nessa: Passei os momentos que antecederam o evento, ajudando a galera de Cruz a transportar o equipamento, colar cartazes, ajeitar o PC e o Data Show e talz. Rolou um atraso que acabou fazendo a galera decidir que o documentário e o bate-papo ficariam para depois do som e, como a galera do Straight Edge soteropolitana teve que sair mais cedo, não participou dos mesmos (o que foi uma pena, tava doido pra perguntar altas viaje!).

Bar Jebe-Jebe é o nome do espaço. Logo após o portão principal, rola uma área de frente para a parede da cozinha, onde colocamos o PC e o Data Show virado pra parede do corredor pra rodar uns vídeos, pois lá era escuro, perfeito. Indo pelo corredor, se via vários cartazes com mensagens anarquistas/libertárias que Cláudio e Robério trouxeram pra informar a galera que ali tivesse passando. Em paralelo com esse corredor, estava a cozinha, onde a galera de SSA pôs à venda as iguarias veganas (nunca tinha sacado. do caraio!) que trouxeram de lá da capital. Logo após o corredor, vem a área onde ia rolar o som. Um lugar muito amplo, onde se caminhava à vontade, mesmo com aquela mancha negra (a galera. gente demais!) passeando no espaço. Lá na frente a Derrube o muro se encontrava debaixo de uma cobertura, já passando o som.



DERRUBE O MURO – http://www.myspace.com/derrubeomuro - Às 18:30, a D.O.M com os instrumentos afinados, vocais testados e bateria equalizada... A primeira música foi pra esquentar, e pra fazer os testes finais no som, com a banda toda. “Boa noite, galera. Nós somos a Derrube o Muro de Salvador... Ta dando pra ouvir massa ae?” - assim começou o show da primeira banda da night... Eitchaaa!!!Cruz das Almas já tava de punho fechado esperando a próxima música. Punxs e metaleiros juntos, misturados, trocando idea e comentando o som... foi a primeira vez que vi isso em minha vida (skeço mais nunca!!!). No clima de UNIÃO a D.O.M soltou o repertório, diminuindo até zero a agonia da galera que tava doida pra moshar. Não lembro a seqüência das músicas, mas era a terceira vez que eu curtia apresentação dos caras, e essa foi a mais foda! E quando a banda ta desse jeito, fio... a galera corresponde (ainda mais em Cruz!)! Debaixo da poeira gladiadora, Dudu e Doriva (que tava em alta, hehe) representaram geral a UNIÃO dividindo, como sempre, os vocais na exata precisão. Dudu se contagiou pacaraio com a galera e tava se jogando geral (Dudu e o mic na pegada do um só caminho... hehehe!). Doriva tava contagiado com ele mermo, haha! Dançou funk iasporra! Ele esticou o mic pra mim várias vezes, mas duvido que se lembre disso, kkk. Rodrigo “Andróide” (toca tudo em tudo quanté banda de SSA) é na dele. O que, pra mim, faz a precisão aumentar. Riff errado num rola com ele não (pelo menos eu num ouvi, né andróide?). Eu achei que Gabriel tava agitando bem mais do que no som da Nômades em SSA, sentindo e acompanhando as carregadas do baixo com a cabeça (precisão total!). Dois momentos marcaram o som dos caras: O primeiro foi quando eles soltaram uma música nova, que rola um Thrash no meio (nem venha desmentir, Du!), que botou o Jebe-Jebe abaixo!!! O PAU CUMEU! E depois sussegou, pra entrar o Rap de Doriva que acompanha a musica (essa ficou foda, vu. fazer a média logo...), e ae Thrashão de novo!!! Madeira e poeira! Eitchaaa! Tomei altos golpe de cotovelo! Rolou um cover de Ratos, “Asas da Vingança”. Acredite, não foi esse o segundo momento mais marcante. É incrível como quase todo mundo rejeita Ratos, né (aconteceu isso no Tomanacara também.)? Pois eu me acabei!!! UUUHHH!!! O segundo momento mais marcante foi embalado pela música “De Olhos Bem Abertos”. Antes de Dudu entrar com “Os relacionamentos...”, Rodrigo segura a pegada core na guitarra e nessa hora ae Dudu falou alguma coisa meio “Quero ver agora viu galera?”. E ae Diogo descarregou a ‘violenciamoshadêradesgraçanteencrucificadoradealmasperdidas’ na batera e fudeu! MOMENTO DE MAIS POEIRA DO CONTRA CULTURA! Me arrepio só de falar! Nego caindo, sendo levantado, pulos, chutes, cotovelos e é isso aí mermo! Quase fiquei sem tênis, piva! Depois desse som a galera sossegou um pouquinho, pra carregar o power. Em algumas músicas do repertório, cada integrante falou alguma coisa no mic, mas só o que eu me lembro mermo foi antes da última música, que os caras expressaram a satisfação pela galera dedicada que tava ali no som e tal. Agradecemos e então eles tocaram a ultima música, que eu não lembro qual foi. Geral se balançando! E assim encerrou-se a apresentação da D.O.M no Contra Cultura: Num clima GIGANTESCO de SATISFAÇÃO e UNIÃO. Do caraioooo!!!



EGRÉGORA – http://www.myspace.com/egregoratao - Após a D.O.M rolou uma pequena pausa, e ae a Egrégora já se posicionou afinando instrumentos, checando o retorno (tenho até uma foto de Carol falando pro cara da mesa abaixar mais) e talz...“Boa noite, galera. Nós somos a Egrégora de Salvador...” - Carol puxou o começo do som - “Vida, amor e sangue”. A galera que tava meio afastada começou a encostar, esperando a bagaceira começar. E aí tome o primeiro som! Em Cruz das Almas tem gente pra caramba que saca a Egrégora, e foi isso ae que fez a poeira que tinha assentado, subir novamente! Vida, amor e sangue era o que rolava naquele mosh! União total. Boa parte cantando o som e se abraçando perto de Carol. Eu percebi que muita gente parou pra prestar atenção em Fernando e seu vocal quando ele entra em “Beijo, fonte dos desejos...”. Do meu lado estava Maurício, vocalista de uma banda de Dark lá de Cruz. Eu me lembro muito bem dele parado só sacando Fernando. Isso me impressionou pra caramba porque eu nunca tinha visto uma banda de Hardcore impressionar tanto um metaleiro. Fim do primeiro som. Acho que foi aí que Carol disse: “Faz tempo que a gente não via uma galera assim, um evento assim, focado em contra cultura... e se é um evento de contra cultura, vamo fazer um lanche contracultural, né gente? Lá na cozinha a gente ta vendendo uns lanches veganos, quem quiser provar é só ir lá, OK?”. E ae puxou a próxima música, que eu acho que foi “Tripalium”. Ixe! Geral cantando, acredite! Saindo da parte mais lenta da música e caindo pra pegada core, a galera se afastou da banda e se jogou cá na gladiação, que foi terrível! Uai! “Até o sopro... CAUSARÁ DOR”, e aí tome porrada! Geral no mosh, até que a música entra num breakdown violento, onde a galera nem ligou pra dor de pescoço que ia dar se ficassem batendo cabeça daquele jeito. E ae então a música sossega e... JAAAAH!!! Geral cantando o reggae que entra perto do final do som! Muita gente em frente a Carol, e aí ela estica o mic pra barreira participar. E realmente PARTICIPOU! Fim de Tripalium e Carol mais uma vez agradeceu à galera aplicada que tava por ali representando e comentou que em Camaçari também rolou uma galera de fé e talz...Como banda, a Egrégora, não só pra mim como pra todo mundo que presenciou, é uma banda totalmente profissional. Nos instrumentos a gente tem uma galera que já botou fogo em Salvador várias vezes com a banda Lumpen (pena eu não ter presenciado nenhum dos incêndios.). Joãozinho, lá atrás, quebrando tudo, fazendo a cobertura balançar (cobertura essa que, se tivesse vida, ia ficar com medo do cara!). Aqui na frente, a gente tem um cara que pessoalmente parece ser totalmente Zen e que quando ta tocando, bota pra fora o ódio que lhe é proibido expressar: Túlio, brocando tudo nos riffs (gigante o cara, a guitarra fica pequeninha!). Fechando a cozinha a tem Fernando, que se formos julgar a atitude do cara pelo estilo Skatista, nos damos mal! Precisão total no baixo somada a um vocal terrível e simplesmente DESTRUIDOR! O cara falta botar a alma pra fora, pela boca, a cada palavra pronunciada! Foda, foda. E na linha de frente, Caroline destruindo tudo com sua performance que mescla pulos típicos de quem curte HC, com a dança e a devoção (nas passagens mais lentas das músicas) de quem curte reggae! Excepcional! Ao longo do set, a gente curtiu entre vários, os sons “Tao”, “Nada pessoal, apenas vingança” e um som novo que TODO MUNDO achou foda! A apresentação da banda foi encerrada no mesmo clima que dominou a da D.O.M: clima de SATISFAÇÃO e UNIÃO. Mais uma vez Carol agradeceu a galera, e a banda recebeu os merecidos aplausos do público de Cruz Das Almas que tava extasiado! Sonzeira mais do que foda!



THE RENEGADES OF PUNK – http://www.myspace.com/therenegadesofpunk - Logo após o som da Egrégora eu e Rodrigo (baixista da Exclusos) fomos tomar um ar do lado de fora, pois tínhamos agitado demais! Não vi o momento exato em que a TROP entrou, mas pelo que eu consegui perceber do lado de fora, eles tiveram alguma dificuldade na equalização, pois demorou um pouquinho até começarem o show. Gritaram de lá de dentro “Já ta rolando!” e eu voltei avionado! Chegando lá, o ultra-mega-powertrio já tinha tocado um som, mas pra minha sorte Daniela tava falando “E ae galera, ta dando pra ouvir tudo direitinho ae?”. Ufa! Foi só uma que eu tinha perdido. E ae tome TROP!!! Não tem como falar da banda sem citar logo de cara Daniela, porque é singular o estilo de performance dela! Ela tem um jeitinho de menina tocando, só que o vocal dela é agressivão. Ela grita mermo! Nos pedaços mais empolgantes das músicas, ela fecha a cara, se joga e ae a pegada de menina some e dá lugar àquele estilo ‘pride’ que várias feministas têm! Sem contar que ela é muito precisa com a guitarra, que usa uma distorção bem suave, o que pra mim é a maior característica da TROP e que é o que faz o som deles ser tão dançante/moshante. Simplesmente demais! Na cozinha da banda a gente tem dois monstros em termos de técnica e tamanho também, hehe! Dois gigantes: no baixo, uma cara que (na merma pegada de Túlio da Egrégora) pessoalmente é tranquilão, de voz suave e que quando pega o baixo liberta alguma coisa adormecida no peito! Precisão, MUITA TÉCNICA e agressividade é o que define João. Na bateria, outro tranquilão, mas que não sai muito dessa linha (o que acaba aumentando a precisão) quando está tocando: Ivo. Que segura uma carregada tradicional que todo punk adora, variando contratempos e fazendo a galera se esbarrar cá na frente. O cara é foda. A banda é toda foda! Eu não tenho como citar vários momentos marcantes desse som, porque ele em si foi marcante, todinho (né Toddynho não, vu!)! Geral agitando, alguns que conheciam cantando... Se eu tentar citar algum momento assim, “mais memorável”, dá pra falar dos pontos de maior energia do público. Um foi ao som de “Same Old Shit” que várias pessoas que sacam, acham a melhor música do EP, onde a energia foi quase ao extremo. E o outro ponto foi quando eles tocaram o último som (foi o último mermo? Nem lembro.): um cover de Cólera, “Palpebrite”. GERAL AGITOU, GERAL CANTOU! (depois rolou de novo no Tomanacara). Após o cover, (onde vários doidêra assumiram o lugar de vocalista que era pra ser de Daniela, hehe) a banda agradeceu ao público, que respondeu aplaudindo e gritando! Os sergipanos presentearam a gente com um punk de alta qualidade naquela noite, e a gente presenteou a banda com uma agitação fora do comum. Creio que eles não vão se esquecer disso, haha!



MÁCULA - Vi alguém, não lembro quem, falando algo sobre a galera da The Pivos não ter aparecido e sobre a Rancor não tocar. Não sei o porque, mas acabou que não vimos The Pivos nem Rancor se apresentarem e quase ficamos sem ver a Mácula, pois Ítalo, da Pivos, também é guitarra da Mácula. Isso mesmo: QUASE ficamos sem ver a mácula. Passou-se uma boa pausa após o som da Renegades e ae eu vi Bau (batera da Mácula) indo pra cobertura e se posicionando. Debie (baixo da Mácula) e Guto (guitarra da Exclusos) também tavam lá. Guto tava só ajeitando o pedal da guitarra no baixo de Debie pra gerar distorção. Isso mermo! “Galera rolou um imprevisto aí, nosso guitarra infelizmente não pode comparecer, mas em consideração a vocês a gente vai tocar assim mesmo.” - Foi assim que Caleb anunciou o começo do som da Mácula, só baixo, bateria e voz! Som que foi marcado por várias frases revoltadas que Caleb soltava e por várias pausas para ajeitar os riffs no baixo, pra que as músicas saíssem bem executadas. Rapaz, falando sério mermo... ouvindo aquela bagaceira toda sem guitarra, eu fiquei até com medo de ouvir a banda com o guitarra. Puro apocalipse sonoro! Fodástica! Durante o som quase todo a galera não agitou tanto, nem sei porque. Mas o porque de eu não ter agitado eu sei: tava muito abismado pra me movimentar. Eu só fiquei lá paradão sacando o som da banda. Caleb canta com muito ódio! Debie segurando tudo no baixo é que foi foda! E Bau é brutalzão na batera! Que banda da porra! Ae, mil desculpas a todo mundo, mas foi o som que eu mais curti, por mais que eu tenha ficado parado. Rolou um som chamado “Idéias Incendiárias” que Caleb anunciou explicando o que é que significa. Lembro dele dizendo que as idéias incendiárias são aquelas idéias que fazem a gente se rebelar contra alguma coisa; que são as idéias que nos movimentam em prol de uma causa seja ela qual for. Guardei aquilo e saquei o som. A melhor música deles! Maurício comentou comigo (tava do meu lado, só sacando também): “Essa música é foda, vey. Vamo pedir de novo no final do show.” Mas eles acabaram repetindo ela ali naquele momento mesmo, porque pausaram pra sacar os riffs do baixo algumas vezes. A pegada do refrão num sai da minha cabeça (tive a sorte de ouvir de novo em SSA, no Tomanacara). Mas realmente, os momentos mais marcantes foram as frases anarquistas de Caleb, que falavam de preconceito, racismo, homofobia e várias outras coisas. Ele também falou da atitude de adotar uma ideologia só pra ter com o que tirar onda mermo. Garanto que isso ae ficou na cabeça de muita gente lá em Cruz. Perto da última música, Caleb falou sobre o evento. Disse pra galera aproveitar ao máximo, porque evento que nem aquele era raro de acontecer. Disse que era muito mais do que música, e que após as bandas, ele e mais alguns estariam lá na sala do Data Show, pra mostrar um documentário e organizar um bate-papo sobre assuntos variados. Pediu que todos ficassem pra poder compartilhar daquele momento que iria ser o momento especial do evento. Puxa-se a última música e então encerra-se a apresentação da banda Mácula, que instaurou o caos naquela cobertura. Várias pessoas encostaram na banda pra elogiar (Debie quem o diga) o som; perguntar quando é que saía disco e talz. Enfim, essa foi a apresentação que mais me encantou, por causa da banda e por causa do clima de pura atitude que ficou após o som. Muito loko!



EXCLUSOS – http://www.myspace.com/bandaexclusos - Um pouco antes de todos os integrantes da banda Mácula se retirarem, Cláudio (vocal da Exclusos) se dirigiu até a cobertura pra anunciar o seguinte: “Galera, havia acontecido uns imprevistos, a Exclusos não ia tocar. Mas eu venho aqui pedir a vocês que segurem a onda aí, porque a gente vai tocar!”. E ae altos gritos cá na galera. Sai Cláudio, vem Guto (guitarra), Dinho (batera) e Rodrigo (baixo) pra adiantar o lado do som, afinando e equalizando tudo. Um tempinho depois, Cláudio volta e Lucas (vocal também) chega. A Exclusos já tava armada pra esbagaçar com tudo! O show começou lindo! Rolou uma introdução em que Cláudio mandou um rap libertário e seguiu dizendo: “Queria agradecer a todos que compareceram no evento e convidá-los a dançar, se abraçar, se beijar... SE LIBERTAR junto com a gente nesse som.” E depois seguiu cantando, ainda na introdução “Abra suas asas. Abra suas asas. FLY!” (ficou na cabeça). A galera chegou junto e ae tome Exclusos!!! Logo após a intro, veio “Somos Todos Iguais”, que tem uma letra e uma pegada foda. Como em todas as outras músicas do show, a galera cantou mais do que os vocais da banda que, a todo momento largavam o microfone no meio do formigueiro pra ver no que dava. E o resultado era sempre o mesmo: Gritos, grunhidos e gemidos extasiados! E nesse contato forte com o mic, não foi só a galera que participou, não. Todos os integrantes da banda cantaram, suaram e agitaram total! Energia pura é o que tava sendo expelida ali. No êxtase que Cláudio estava, se a gente vacilasse, ele largava um Radouken pra cima e aquela cobertura ia pro espaço, sério mermo! Me lembro muito bem, na música “Capitalismo Não”, logo no início, ele sentou o pau a pular e num parou (né à toa que ficou todo destruído no outro dia, hehe). Caleb tava logo na frente dele, olhando e dando risada (cena massa!), hehe. Não lembro em que música foi, mas Cláudio anunciou que a banda a partir daquele dia não seria só banda. Passaria a ser o coletivo EXCLUSOS. O que eu acho que já tava mais do que na hora, porque a correria que esses caras andam fazendo pra cima e pra baixo por ae, não ta escrito! Agilidade pura no ‘adiantamento de lados’, hehe. Não tenho como falar muito da musicalidade dos caras naquele dia, porque tava agitando demais nesse som. Na verdade tava todo mundo agitando geral; cantando todas as músicas; bagunçando total no mosh. Tava uma energia extrema mesmo. Mas dá pra falar que Dinho, o batera, é destruidor! Brocação mermo! Fechando a cozinha, Rodrigo, que segura as carregadas no baixo com uma precisão louca. Realmente tem que ser preciso, porque as músicas da Exclusos variam demais o tempo. O Batera desacelera lá atrás e dae do nada, solta o core, acompanhado pela guitarra de Guto, navalhando tudo! O baixista que num se vire pra segurar não, pra ver no que é que dá, hahaha! E eu só consigo pensar na performance de Guto naquele dia, como resultado de uma manifestação espiritual de Syd Barrett, kkk. Ele fez e desfez na guitarra. No meio das batidas punk, tava ele viajando no braço da guitarra, com a ajuda de Cláudio que abaixou pra morder as cordas, e num outro momento, veio de lá pra cá com um pedaço de alguma coisa e ficou arrastando nas cordas enquanto Guto solava! Doidêra, doidêra! O som foi loko! Me distraí um pouco, e alguém me balançou dizendo: “Aí vey, a música é pra você!”. Olhei pra banda e tava Guto e Cláudio oferecendo a música “Homens Fardados” (que eu curto pacaraio) pra mim! Eitcha satisfação! A intro da música é preparação total, bem lenta, pra depois entrar uma pegada muuuito acelerada. Esse tipo de seqüência destrói crânios no mosh, e aconteceu bem isso! A galera se esbarrou geral no que quase pareceu um ‘wall of death’ desplanejado, haha. Destruição total.,. Até que a música desacelera e entra em sua pegada punk: “Homens Fardados/Atiram em você (Pa Pa PaPa!)/Homens Fardados/Vão se fuder!”. Mãos pra cima simbolizando armas nos primeiros versos e depois dedos médios pra cima, simbolizando ódio. TODO MUNDO JUNTO! O formigueiro ficou em cima de Cláudio e do mic... Sinistro! Mais alguns sons vieram, e Cláudio disse que já tava bem tarde e que o som ia parar ali, dae a galera (detalhe: retada.) pediu mais uma. Naquele clima de vai e não vai, soltaram “Idiota” do Bosta Rala. E aí madeira no mosh! Oh Yeah! Termina essa e eles largam mais uma, que eu não sei se era cover ou era deles. Apenas não conhecia. Eu sei que geral tava cantando algo assim: “Desequilíbrio! Desequilíbrio!” [Nota do editor: Creio que a música citada seja “Desequlíbrio” da banda punk paulistana Os Inocentes]. Nesse som quem mais participou foram ‘las mujeres’! Cynthia com um mic e Leila com o outro, largando o doce. Demais, demais. Esse ae foi o último som. Mais uma vez Cláudio agradeceu a galera e falou do coletivo Exclusos, e que todos nós faríamos parte e talz. Daí pediu para que a galera ficasse para o bate-papo que iria rolar depois da mostra do doc “Squat Korrcell” de Santa Catarina. O clima no final desse som aqui foi o mais completo: SATISFAÇÃO, UNIÃO, ATITUDE e REALIZAÇÃO! Dava pra ver de longe a felicidade em que Cláudio se encontrava. Não era pra menos, né, cumpade?

Às 23:15, mais ou menos, a galera começou a se retirar da área onde tava rolando o som e começou a se espalhar lá por dentro do Jebe-Jebe. Comendo, bebendo e talz. Na sala onde estava o Data Show, rodaram um doc (que não me lembro o nome) enquanto a galera se ajeitava por lá. Um tempinho depois Debie (da Mácula) veio com o disco do doc Squat Korrcell pra rodar. Colocou, pediu silêncio e aí Caleb apresentou o doc: “Galera esse vídeo que a gente vai mostrar aqui, fala sobre um espaço abandonado que a galera lá em Blumenau/SC ocupou e mostra as conquistas e as dificuldades diversas que eles andam passando por lá, sendo elas: ataques de grupos neonazistas e ociosidade por parte de alguns dos okupas, entre outras. A gente vai rodar o vídeo, quem tiver algo a perguntar é só falar que a gente pausa e comenta.” E foi isso aí mesmo. Infelizmente não tinha tanta gente sacando o doc porque boa parte da galera era de outras cidades, e aí foi dando o horário de ir embora e eles foram saindo. Mas quem ficou participou geral! Bate-papo super construtivo! Perguntaram muito e teve até um momento que Caleb pediu pra gente ver logo o vídeo, pra depois comentar, porque tava demais, hahaha! Mais ou menos uma hora e meia de conversa foi no que o vídeo resultou e aí depois, clima de despedida; galera se abraçando; agradecendo; resenhando o som! E assim chega ao fim esse eventasso de nome Contra Cultura, que vai ficar em minha cabeça, e na cabeça de muita gente, por vários anos!

Quero pedir desculpas a galera toda, que segue o blog ToamanacaraHC já há um tempo, pelo texto cheio parênteses, aspas, repetição de palavras, palavras inventadas, palavrões, acentuação e pontuação totalmente fudidas, ‘KKKs’, ‘HAHAHAs’ e ‘HEHEHEs’ alheios... Enfim. Foi mal pela gramática furada, mas quem sabe isso ae num vira um novo estilo de resenha? Hehehe (de novo, ó pai)! Grande abraço a todos e que mais eventos como este aconteçam em nossa região!

Resenha tirada do blog: TOMANACARAHC

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

RESENHA: CONTRA CULTURA - 20/11 - ARTE PARA INCONFORMES, ARTE PARA TODXS

A semana que antecedeu o show foi terrível, tudo corria contra! Foi triste, cansativo... Mas persisti, lutei, achei o lugar, consegui o som, e, com a ajuda de algumas pessoas, consegui fazer o evento! Era dia 20, um dia de choro (muito choro), de raiva, de tristeza, de pensamentos pessimistas, não acreditei que o evento daria certo. Correria, muita correria nesse dia. Acordamos (eu e Bhell) cedo e estávamos dispostos a arrumar tudo, enquanto eu corria atrás do som e da arrumação do espaço, Bhell dava duro na cozinha, mas, todo esforço valeu a pena!

16 horas era o previsto para o começo do evento, só que com um imprevisto que foi a bateria, o evento começou as 18hs, e às 18:20 a Derrube o Muro já estava pronta!!!
Começou o show! E que show! Como na ‘sinopse’ dizia: HARDCORE OLD SCHOOL FEITA POR GENTE FEIA (se bem que eles não são feios). Mas é isso, hardcore muito bem feito, com uma performance irradiante, dois vocais contrastante, foda, foda, foda!!! Músicas muito bem tocadas! 18:56hs e o show da Derrube o Muro já tinha acabado (JÁ?! Foi a minha reação ao ver os caras desmontando os instrumentos). O show foi bom e merecia mais, muito mais!

A segunda banda a subir no palco foi a Egrégora e eu já tinha falado muito bem sobre a banda aqui em Cruz e muita gente já conhecia, só não esperava ter uma aceitação tão grande, a cada música executada a galera delirava, cantava junto, se abraçava, foi lindo, muito lindo, nunca vi uma energia daquela num show aqui em Cruz... Estavam extasiados com a Egrégora. Muitas pessoas chegaram e me perguntaram: “Onde você achou essa banda foda?” Músicas muito bem executadas, foi perfeito. Acabou o show e a galera pedindo mais.

Alguns imprevistos (o carro quebrou) não permitiu que a The Pivos chegasse e, pelo fato de Ítalo (voz e guitarra da The Pivos) também tocar na Mácula, seria dois desfalques!

Logo depois, a The Renegades of Punk entrava no palco (não tinha palco, era chão mesmo) hehehehehe. A Renegades superou minhas expectativas, não esperava um show tão lindo como aquele... Me senti em um show no exterior onde a galera tinha contato com a banda, cantava com a banda, se jogava, brincava, dançava... Foi um show eletrizante!!! Fui feliz! Feliz em ver a Renegades fazer aquele som lindo, feliz em ver a galera cantando com eles, feliz em ver o povo se abraçando, se beijando, feliz em ver Nal na frente do palco (entende-se chão), do lado do baixo. Foi lindo e eu quero mais.

Agora era a hora da Rancor, só que problemas com a guitarra, o pedal e o operador de som não permitiu que a Rancor fizesse a apresentação... Mas prometeram uma grande dose na próxima apresentação.

O imprevisto que resultaria no desfalque da The Pivos, e logo depois da Mácula foi revertido (não, a The Pivos não chegou), mas a Mácula deu a cara a tapa, e decidiu tocar sem guitarra. O QUÊ? SEM GUITARRA? Eu já vi bandas sem baixo, mas sem guitarra, essa era novidade. Já pensou uma banda sem guitarra? Isso mesmo, subiram no palco, Bal na bateria, Caleb com os vocais e Debie no baixo. E foi surpreendente. O baixo falou/gritou/esperniou causando espanto e curiosidade em muita gente... Todos se perguntaram: Que baixo é aquele? Muita gente que estava cansada e sentada, se levantaram para examinar aquele fato... Foi um show impressionante, cheio de raivas, melodias e palavras de ordem (sem ordem), Caleb estava furioso e soltava toda a sua fúria nas músicas, era uma música atrás da outra separadas por discursos comoventes e reflexivos, enquanto o baixo e a bateria agilizavam a melhor forma de tocar... Eu gostei e todxs que ali estavam também.

Os nervos estavam a flor da pele, eu me sentia extasiado com as apresentações e queria mais, muito mais... eis uma surpresa! A Exclusxs vai tocar! Ninguém esperava por aquilo mas decidimos tocar. Estávamos felizes e queríamos dividir aquela felicidade com aqueles que construíram o evento. A Exclusxs não é mais banda e sim um COLETIVO... Isso mesmo, um coletivo, e vocês que ajudaram (de qualquer forma) no crescimento, amadurecimento, fortalecimento, fazem parte da Exclusxs. E, com uma energia imensa querendo ser liberada por a gente, pode ter certeza, o melhor show da Exclusxs. Convidei a todxs que chegassem perto da gente, invadissem o palco, que fossem livres, e foram, tiveram a liberdade, cantaram, dançaram, beijaram, se libertaram... e essa é a nossa proposta. O show foi perfeito e eu me sentia satisfeito.

Mas não acabou por aí... Depois do show, quem ali continuou presente pode conferir a mostra de vídeo... Primeiro passamos ‘A construção da igualdade’ e logo depois o ‘Documentário Squat Korrcell’, mediado por Caleb e Debie onde explicaram alguns fatos . Era livre, e quem quisesse poderia soltar o verbo e soltaram, foi bastante proveitoso. Depois da mostra de vídeo rolou o bate papo sobre anarcopunk onde dúvidas foram esclarecidas.

Pronto, agora acabou. E acabou com a seguinte certeza: A MISSÃO FOI CUMPRIDA!!! E as expectativas foram superadas. Para mim isso bastava!

Muita lágrima rolou, muita raiva senti, muita tristeza e teve momentos em que pensei em desistir, mas fui feliz, e agora estou aqui e quero agradecer a todxs vocês, todxs mesmos, desde a pessoa que foi ao evento, que divulgou até a pessoa que deu duro, limpou, arrumou, pintou, se doou a fazer o evento. A vocês um muito obrigado, de coração, e pode ter certeza que eu faço esses eventos é pra vocês!!! Obrigado mesmo a todxs!

domingo, 7 de novembro de 2010

TÁ NO ROCK É PRA SE FUDER! RESENHA DO SHOW DE MANGABEIRA DIA 06/11

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Era 6/11, um sábado, depois de um ENEM cansativo, mas somos a resistência, e não importa o que aconteça, estaremos lá! E fomos, em direção a Mangabeira-BA, 17 mil habitantes aproximadamente, há 15 kms de Cruz das Almas. O microônibus, que foi fechado com 23 pessoas, no final das contas saiu daqui com 17 pessoas. Era previsto a saída para as 19hs, e saímos daqui às 19:50. Chegamos aproximadamente às 20:15, e o som, que era previsto para começar as 19hs ainda não tinha começado. 22hs foi quando as bandas de Santo Antônio de Jesus e o público de lá chegaram e, também, quando começou o evento. A primeira banda a se apresentar foi a Stintos, banda de Mangabeira que tocam diversos covers. A apresentação foi parada, devido a problemas com o pessoal da organização que esperava um público de 100 pessoas a mais e se queixava de ter vendido, apenas, 13 ingressos. Bandas chamadas de lado e viram que o público restante foi, somente, 13 pessoas que pagaram o ingresso (inclusive namoradas de membros de bandas que participaram do evento). Com isso, a organização disse que sairia no prejuízo e resolveu levar o evento até às 00h, que após conversação, deixou até 1. Mas ainda faltavam 6 bandas se apresentarem e já eram 22:20, quando entramos em acordo e resolvemos tocar o mínimo de músicas possíveis, já sabe né!? FUDEU! A Exclusos foi a segundo a subir no palco, subiu as 22:21 e com problemas na guitarra, só começou a tocar um pouco mais tarde quando executou somente 5 músicas: Anarquia, Homens Fardados, Miséria e Desgraça, Idiota e Capitalismo Não!, saindo do palco às 22:40 e subindo, imediatamente a BloodSeeker, que, ao ser chamada de ‘banda poser’ por Nany Brutal, Maurício, frontman da banda, pegou o microfone e soltou o verbo, não atingindo somente Brutal como também todo o cenário de fora, a confusão tava armada e o desentendimento também, Robério (Punk) se desentendeu com quem eu não sei, só sei que subiu no palco e soltou o verbo também, tava parecendo o caos, tudo dando errado, a BloodSeeker executou seu repertório e no final Maurício pediu desculpas se ofendeu algum cenário, logo depois da BloodSeeker subiu ao palco, das profundezas do inferno, HAHAHAHAHAHAHA, a Lord Skarf, executando o seu repertório pra ninguém botar defeito, no final do show Fabrício (Ayperus) soltou o verbo em cima de Nany (Brutal) também, aumentando mais ainda a desordem e o caos, HAHAHAHA. Nervos a flor da pele e subiu no palco a Helligari, fazendo um trash, FUDIDO, foi uma das apresentações mais consistente da banda, apesar de curta, foi ótima, finalizando com Refuse/Resist do Sepultura fazendo não só ‘bangers’ como todo o público ali presente bater cabeça. Depois da excelente apresentação da Helligari e os nervos mais calmos eis que surge, da terra da Canabis o grupo Canabis, ops! Canabis não, Save our Souls? HEHEHEHE. Esses, completamente chapados, exceto o baterista (Wepa), fizeram uma apresentação descontraída onde quase todos que estavam em baixo riram... iniciando com Alive do P.O.D., um show de descontração, quedas, movimentos bruscos e muita gargalhada em cima do palco... no final da terceira música o organizador do evento pediram pra eles pararem e aí entrou uma das horas que fiquei mais feliz, quando Rafael (Carrerinha) vocal e guitar começou a proferir palavras de protesto contra a organização e de força ao movimento underground, pois estavam ali porque acreditavam no movimento e falou que não se importava se ía tocar ou não tocar, o que importava era esta ali, fortalecendo o movimento. APLAUSOS PRA ELES! E isso mostra a nossa resistência... pra finalizar, com chave de ouro, a Slash the Machine que fez um ótimo, com ótimas execuções... perfeito. Como previsto, 1h acabou o show! No final de tudo fica o aprendizado, muitos erraram mas acredito que tenham aprendido. O underground é isso, onde pagamos pra tocar, nos fudemos, e ainda não somos reconhecido... Eu não esperava um público grande, aliás, as pessoas que ali estavam foram, simplesmente, as pessoas que as bandas levaram, de Cruz foram uns 26 e de Santo Antonio de Jesus uns 22, uns 7 de Mangabeira, 2 de Sapeaçu, 1 de Castro Alves e 2 de Muritiba. Mas é isso... como dizem: TÁ NO ROCK É PRA SU FUDER!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

RESENHA: Siga seu líder!

Levantou poeira!!! (clique na imagem para ampliar)

Domingo, 23/05/2010, acordo 08:30 da manhã, o corpo cansado, a cabeça pesada e uma vontade de não sair da cama. Lembro-me do compromisso que tinha. Levantei, fui até à janela e deparo-me com um dilúvio. Penso: " Não vai ter mais nada!", mas não é bem assim que tudo funciona, então resolvo comer, tomar um banho e ir ao encontro do pessoal, que muito provavelmente, não estariam no local combinado para pegarmos a van e sairmos para o destino do show. Vou ao ponto e lá ainda espero bastante tempo para pegar um ônibus. Já eram 09:40 quando consigo pegar um ônibus. O trânsito estava livre, mas alguns locais por onde passei estavam alagados, o que me fez atrasar um pouco. Fui o último a chegar, e diferente de mim estavam todos felizes e sorrindo. Como conseguem sorrir tanto logo após pouco tempo de acordar? 10:00 hs e a Van chega. Não era Seu João que estava ao volante e sim seu filho (João Júnior, João Filho...). Colocamos nossos instrumentos, nos acomodamos e partimos para Cruz das Almas.

Seguimos a BR - 324, depois passamos para 101, e enquanto tentávamos nos concentrar nas paisagens e placas da estrada, buscando ver quais munícipíos localizavam-se naquela região, nosso querido amigo (leia-se torturador) Danilo (Diante dos Olhos), apossou-se do som da Sprinter e foi comandando a festa com suas músicas incompletas e total indecisão. Começamos com Green Day, passamos por Ratos de Porão, MiniSTEREOpúblico (quase nínguem queria ouvir, acho que só Danilo mesmo!), Projeto Peixe Morto, Jonas, Viados, A Sangue Frio, Fullheart, Lobotomia, Adcional, quando já estávamos a meia hora de chegar ao local Danilo teve a brilhante idéia de tocar a coletânea que fizemos chamada Zumbi Paloso, que conta com 4 bandas da Mini Tour (Demonkrätzie, Nucleador, Derrube o Muro e Homem Meteoro), além da City in Flames. Parece que algo saiu diferente do esperado. Será que o som pifou? Desconfigurou? Alguém apertou repeat involuntariamente? Nada disso, o bicho que tava pirraçando todo mundo e so no fim do rolé caiu à ficha de como aquilo ficou na nossa mente. O desespero foi maior porque repetia os primeiros 40 segundos da mesma musica e acabamos sendo torturados pela repetição contínua do breakdown inicial dessa música ““dududu-dududududu” Resumindo: FOMOS ATÉ CRUZ OUVINDO APENAS ISSO, TORTURA!!! (apertação de mente mode on). Homenagem lógico a Dudu, o dono da tour.

Chegando lá, ligamos para Cláudio (organizador do evento) para sabermos onde era o local do show e sua casa. Conseguimos obter comunicação, comunicação essa que deixou Doriva bastante animado para fazer inúmeros shows em Cruz, e finalmente nos encontramos com Cláudio, que nos levou até sua casa e se mostrou um cara super gente fina. Um cara simples, bastante receptivo e bastante apaixonado pelo que faz e acredita. Foda! Chegamos na hora do rango. Sentamos, comemos e comemos muito. O Rango tava uma delícia (A mãe de Cláudio representou demais!!!!). Depois do rango fomos dar uma volta na praça até o show começar. Morgamos por lá e quando já eram 15:00hs fomos ao espaço passar o som e começar o show. Como essa resenha não dará para eu, Andrei, apenas fazê-la contará com a colaboração de Danilo que agora falará sobre a primeira banda a se apresentar. Espero que a passagem de som de todas sejam evidenciadas! Passo a bola pra Dan...

A HOMEM METEORO - http://myspace.com/homemmeteoro - vai chegando ao palco e o publico já presente no local começava a se agregar para ver o som dos caras. Chega um careca grande na bateria, 2 sem camisa, bermuda floral sendo que um era barrigudo e o vocalista cabeçudo, essa era a Homem Meteoro.
Imagino que o publico rockeiro, quase todos vestidos de preto, figurino clássico num show de rock pesado (entenda-se metal) devia se perguntar são esses caras que tocam metal? Zombie tour? Logo no primeiro minuto de show pode-se perceber que a banda não estava pra brincadeira e confirmou com seu som caótico. O vocalista Andrei mesmo com a voz fudida logo nos seus primeiros sussurros mostrou pra que veio. Parecia que todas as folhas das arvores iam cair e os bichos tinham saído correndo devido a tamanha barulheira (boa por sinal). De bicho só algumas galinhas apareceram no fim do show pra dar um saque no som. Eles tocaram basicamente as musicas do seu EP e algumas novas, onde todas chamaram atenção do publico. Particularmente gostei bastante da formação com apenas uma guitar, Tchanka manda muito bem na guitar e segurou legal. O publico também gostou bastante, a galera agitou, nego batendo cabeça geral, foi irado! Não esquecer que durante a passagem de som da banda, rolou a musica mais tocada da viagem, que iria se tornar o hit do dia por todas as bandas, “dududu-dududududu”

Depois de tocar, magoar o tornozelo sempre lenhado com um deslize no palco de alvenaria do bar Hora Certa, fui à banquinha para descansar e já tinha dito a Dudu que dessa vez eu assistiria o show da DEMONKRÄTZIE - http://myspace.com/demonkratzie -, pois em Salvador eu tinha ficado na portaria e perdi um showzaço. Tendo a total compreensão de Dudu, fui pra frente do palco. Os caras ainda passavam o som (tugudu ta...) e eu já sentia que o negócio ia tremer. O trio estava empolgado por tocar numa floresta, acho que qualquer tr00 metal ia sentir inveja por nunca ter tocado numa floresta, mesmo que tal floresta seja tropical e não gélida. Deixando a enrolação textual de lado, vamos ao show. O trio (na verdade a banda é um quarteto), mesmo sem seu front man Dudu (aju) mostrou-se perfeito na execução de seu set list. Músicas extremamente rápidas, bem tocadas, passeando pelo powerviolence, thrashcore, crossover e acreditem, não é pelo fato do Greg (amigo do Chris no seriado todo mundo odeia Chris) ter uma guitarra rocker, estilo Hellacopters, mas pelos acordes que evidenciam sua influência rocker dentro da porrada sonora que fazem. Totalmente foda! Dudu já tinha citado isso na resenha anterior, mas gostaria de evidenciar os vocais alternados entre graves (Mauricio) e agudos (Silvio). O bagulho ficou legal. A banda poderia ter três vocais agora, né? Lembrando que Adriano também cantou uma música. Por que a Demon não faz que nem o Titãs? Todo mundo canta na banda. Acho válido. Espero que considerem isso, ok?! Voltando para o show. Eles mostraram muito entrosamento nas músicas antigas, gravadas no "disquin" maneiro deles, e nas músicas novas também mostraram tais qualidades, além das novas influências citadas. Já no final do show, os caras chamam Digão (Derrube o Muro) para fazer um cover com eles. E eu já estava morgado por causa da minha lesão na perna, quando despertei com "Crocodila" (RDP). Digão cantando, mostrando que é um cara versátil e multi instrumentista. Acabado o cover, os caras chamam Diogo (Derrube o Muro e coletivo CEC) para tocar bateria num cover, onde Digão também cantaria, cover da banda paulistana I Shot Cyrus, "Na Lâmina da Faca".
Aproveitando a deixa dos mics de Silvio estarem sobrando, enquanto o mesmo tocava, Adriano (batera da demoncrack) resolve cantar com Digão, e eu, Andrei, também arrisco lembrar o refrão da música... Acho que lembrei perfeitamente!
Pois bem! Ultima música do show dos caras e meu desejo tinha sido realizado. Ver um som foda, em um lugar foda e ainda cantar uma musiquinha com os caras. Essas jams tinham começado desde a HM com Digão tocando estrela do Life is a Lie, e eu, particularmente, acho bacana essa interação entre as bandas.

Encerrado a Demontrio, chegou a hora dos cruzalmenses verem e ouvirem, isso se algum não fosse nocauteado (DOM dá nocaute), a DERRUBE O MURO - http://myspace.com/derrubeomuro -. Hardcore de brau pra brau. Isso mesmo! Os caras se acham braus, acham que o som é de brau e que tocam pra brau. Maravilhoso isso! A realidade é essa, som das ruas soteropolitanas e não de Nova Iorque. A energia do show dos caras é impar, constantemente os dois vocais: Dudu e Doriva, estão agitando com o público, dando e recebendo porrada que nem uma roda de carnaval. Realmente uma mistura de um show do Chicletão com o Sick of it All. A banda é bem politizada e segue a idéia de passar uma mensagem em suas letras que falam de vegetarianismo, homofobia (acho que tocaram bem umas 5 sobre o assunto), dentre muitos outros assuntos. Digão, Dudu e Doriva sempre faziam o grande favor de dizer sobre o que a música queria falar. Clima tenso, Dudu quebra a boca em dois lugares agitando com o público, Doriva está bêbado, não completamente, mas ainda sim bêbado, e a floresta cruzalmense estava transformada em uma verdadeira arena do UFC. Parecia que as árvores eram os corners, o publico degladiava com a banda e a contagem inicial feita pelos pratos de Diogo eram o gongo. Era nítida a sensação de bem estar vista no rosto de Gabriel. Ele estava tocando seu baixo na maior calma, precisão e serenidade baiana, enquanto o bicho pegava. O show mais perfeito que vi deles, acho que a entrada de Diogo (TS) deu uma injeção de ânimo aos caras. Sem dúvidas um misto de fúria, moshs e diversão. No final ainda rolou uma outra jam com a Demon, Nucleador e Derrube o muro, tocando The Varukers, "How do you sleep?".

Murilo teve o trabalho apenas de trocar de guitarra, para começar a mandar o thrash/crossover corrosivo da NUCLEADOR - http://myspace.com/nucleadores - Era o último show da mini tour dos caras mas nada de clima de despedida ou cansaço, os caras estavam a postos e começaram com a já característica Intro, seguida da pancada "Municipal Wasted", até eu que não tenho cabelo grande estava balançando os meus!!!Os caras impressionantemente não paravam entre uma música e outra, tudo coladinho e coeso. Como verdadeiros representantes do crossover mandaram um cover do D.R.I, aba reta total!!!!E no meio do show, Petoh (O mais empolgado do rolê) furou a pele do bumbo, nada que tirasse o brilho da apresentação dos caras, muito pelo contrário serviu até de um descanso para banda, porém Murilo mostrava todo seu conhecimento em trilhas de desenhos animados enquanto o pessoal dava um jeito na bateria. Ok, bateria pronta, voltemos a destruição!!!Seguindo o ritmo da primeira metade do show, uma música colada na outra sem pausas. Eis que uma rapa de doido sobe ao palco, era a galera das outras bandas que retornariam a Salvador de van se despedindo dos caras, mas algumas poucas músicas e finda-se o show da Nucleador.

Porém o clima Thrash perdurava na van, pois voltamos ao som das guitarras ultrathrashers de Edcity e sentindo o odor dos peidos corrosivos de Doriva, mas o show havia acabado apenas para gente, pois o clima em Cruz das Almas havia fechado, pois a banda Unprosperity subia ao palco, para descrever essa apresentação nosso anfitrião Claudio:

Depois de 4 apresentações fantásticas, eis que sobe ao palco a anfitriã UNPROSPERITY - http://www.myspace.com/unprosperity - trazendo sua essência Dark Metal. Esta com uma difícil missão: continuar a perfeição das outras apresentações. A Unprosperity que conta com membros já conhecidos do cenário cruzalmense Wederson Oliveira (guitarra e voz), Idno Death (batera) e mais Jamille Lust (guitarra e teclado) e Joilson Necronomicon (baixo). A banda fez sua primeira apresentação depois do lançamento da demo "7º Portão" em fevereiro de 2010 e incendiaram o palco colocando os bangers pra gladiação executando muito bem as canções. A horda começou o show com a música “Morto no mar” mostrando logo de cara sua melodia e brutalidade e confirmando em alto nível as expectativas geradas com a repercussão da demo. Em seguida entrou o teclado da sombria melodia “Tempo dos infiéis” que traz uma perfeita sintonia com a letra. Mas o melhor estava por vir, quando a banda “abriu o 7º Portão” o público viu de perto toda a destruição sonora e ainda pode cantar o refrão junto ao palco. Para manter o clima infernal a banda executou grandes clássicos do Metal para êxtase de qualquer headbanger “Midnight Queen” da banda brasileira Sarcófago e “Morality of a Dark Age” do Rotting Christ, grandes fontes de inspiração da Unprosperity. A apresentação ainda teve a diabolicamente sedutora canção “Sereia” (da demo) e como era de se esperar, foi muito bem recebida pelo público. No fim, ficou a sensação de satisfação para aqueles que marcaram presença nesse histórico evento.

Retirado do blog: Toma na cara HC - Isso é pra quem ainda acredita!