segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Anarquismo
A palavra anarquismo tem origem no termo grego ánarkhos, cujo significado é, aproximadamente, "sem governo". O anarquismo é freqüentemente apontado como uma ideologia negadora dos valores sociais e políticos prevalecentes no mundo moderno: o Estado laico, a lei, a ordem, a religião, a propriedade privada etc.
De fato, como ideologia libertária e profundamente individualista, o anarquismo defende a ruptura com todas as formas de autoridade política e religiosa, a propriedade privada e quaisquer outros tipos de normas institucionais que cerceiem a liberdade do indivíduo em sociedade e na esfera da vida privada.
Anarquismo e comunidade fraterna
As doutrinas de inspiração anarquista defendem a idéia de que a supressão de todas as formas de dominação e opressão vigentes na sociedade moderna daria lugar a uma comunidade mais fraterna e igualitária. Mas a igualdade e a solidariedade comunitária seriam resultados de um esforço individual a partir de um árduo trabalho de conscientização.
Os movimentos anarquistas do século 20 promoveram a criação de núcleos comunitários denominados de "ateneus", para onde eram encaminhados os adeptos desta ideologia e que servia de aprendizagem e aperfeiçoamento intelectual. No Brasil, a primeira experiência desse tipo foi a criação da Colônia Cecília, em 1890, que foi dirigida por imigrantes italianos.
Origens do anarquismo
Não há consenso entre os historiadores sobre as origens da ideologia anarquista. Mas é possível afirmar que alguns pensadores e teóricos, como o inglês William Godwin, que em 1793 publicou o livro "Enquiry Concerning Political Justice" (cuja tradução é Indagação relativa à justiça política), o francês Pierre-Joseph Proudhon, que em 1840 publicou "Qu'est-ce que la propriété?" (cuja tradução é Que é a propriedade?), e o alemão Max Stirner, que publicou "Der Einzige und sein Eigentum" (cuja tradução é O indivíduo e sua propriedade), influenciaram decisivamente o conteúdo da ideologia anarquista.
O anarquismo influenciou importantes movimentos sociais no transcurso do século 19 até a metade do século 20.
Movimentos anarquistas
A crítica da propriedade privada e do Estado burguês feita pelos ideólogos anarquistas resultou no desenvolvimento do trabalho de conscientização e mobilização das massas proletárias (ou seja, o operariado). Em muitos aspectos, a ideologia anarquista se assemelhava à ideologia socialista - principalmente no tocante a luta de classes, a defesa das classes oprimidas, a crítica da propriedade privada, da sociedade e do Estado burguês. Por conta disso, durante décadas os anarquistas e os comunistas se aliaram na organização dos movimentos revolucionários.
Na Europa do século 19, destacou-se o trabalho do intelectual e revolucionário russo Mikhail Bakunin, responsável pela sistematização de muitos princípios, idéias e valores que vão compor a ideologia anarquista. Bakunin inspirou inúmeros movimentos anarquistas por todo o continente.
Anarquismo no Brasil
No Brasil, a ideologia anarquista foi introduzida pelos imigrantes europeus, principalmente os italianos e espanhóis. Os anarquistas foram os responsáveis pela organização dos primeiros movimentos operários e sindicatos trabalhistas autônomos. Eles lideraram as greves de 1917, 1918 e 1919, ocorridas em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Entre os militantes anarquistas brasileiros, destacam-se o jornalista Edgard Leuenroth, o filólogo e professor José Oiticica e o intelectual Neno Vasco. A partir da década de 1920, os anarquistas progressivamente se afastam dos socialistas e, cada vez mais, perdem influência social e política. Após a Segunda Guerra Mundial, a ideologia anarquista entra em declínio em praticamente todos os países.
Por Renato Cancian
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Fonte: Uol Educação
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sem esquecer que o anarquismo surge como crítica a metafísica e ao romântismo.
ResponderExcluira própria questão da autonomia do sujeito é umas das críticas, se passa de uma unidade metafísica, como a noção de Deus como ser necessário e os demais seres como contingentes e não-necessários, para uma noção de homem como subjetividade e responsável por sua própria existencia, a autoconservação, e por aí vai...
visitem meu blog e deixem um comentário
ResponderExcluirwww.zaratustrametal.blogspot.com
há várias vertentes dentro do anarquismo, e, até onde eu entendo, o anarquismo não surge como crítica a metafísica e o romantismo... existem muitos anarquists ateus como também existem anarquista cristão... ou seja, tem muito anarquista que não aceita deus e nem o acha necessário e outros que acham que deus é sim necessário.
ResponderExcluirobrigado por vir aqui
seu blog é legal
beijos e abraços