Dia 17 de fevereiro, seis manifestantes da frente contra o aumento da tarifa permaneceram acorrentados nas catracas da prefeitura de São Paulo enquanto cerca de 600 manifestantes permaneceram na rua para demonstra sua disposição de resistência. O acorrentamento progrediu até ás 23 horas unindo forças com o ato marcado para as 17 horas na frente da prefeitura. A guerra do lado de dentro se estendeu ao lado de fora, mostrando a necessidade de resistência por todas as formas e contra as velhas armas do Estado e das forças policiais.
O dia 17 de fevereiro foi um dia histórico na luta contra o aumento abusivo da tarifa de ônibus para R$ 3,00 e do metrô para R$ 2,90. A luta começou com o acorrentamento de seis militantes na catraca da prefeitura por volta do meio-dia. A resposta da prefeitura foi encher a rua com guardas civis e carros da policia militar. Do lado de fora pelo menos 200 pessoas permaneceram até às 17 horas panfletando e esclarecendo à população sobre o motivo do acorrentamento. Dentro ou fora da prefeitura os manifestantes se submeteram à gravação de todos os seus passos, apesar de muitos policiais militares e civis estarem sem a devida identificação.
Na frente da prefeitura os mais de 600 manifestantes foram duramente reprimidos quando uma das grades colocadas a frente da prefeitura veio ao chão. A repressão já havia sido proposta antes de qualquer ação das pessoas e foi ordenada por policiais infiltrados. Muitas pessoas ficaram atordoadas e caídas, com seus rostos cobertos pelos sprays de pimenta ou com ferimentos pelas bombas e balas de borracha. Uma parte dos manifestantes correu em direção ao viaduto do cha em quanto outros ficaram para ajudar, demonstrando que existiam mais pessoas dispostas a resistir além daqueles que ocupavam a prefeitura. A multidão, apesar de parcialmente dispersa, crescia pelo encontro com outros grupos e apoiadores que saiam de seus trabalhos. Os trabalhadores que não participavam do ato, em geral, permaneciam na frente dos comércios em apoio ou sem dizer nada.
Quando as pessoas voltaram para a frente da prefeitura agora em maior número, não era possível distinguir quem estava ou não na passeata, o que se via era uma grande massa de pessoas andando, indignadas e obstinadas a alcançar seu objetivo. Voltaram à frente da prefeitura, demonstrando que repressão nenhuma derrubaria o que foi até aqui construído. Sorrindo e machucadas, as pessoas gritavam, agora cara a cara com o Batalhão de choque da Policia Militar: (Se a tarifa não abaixar a cidade vai parar!). Em vigília muitos permaneceram e prometeram não sair dali enquanto não vissem os companheiros acorrentados saindo pela frente e sem serem identificados. Após mais de 11 horas de permanência houve grande comemoração quando os manifestantes foram libertos. Eles foram recebidos com abraços e gritos de luta. Unindo quem estava dentro com quem estava fora e nos tornando uma só classe de pessoas.
Aqueles que permaneceram dentro da prefeitura não tiveram outra escolha se não apresentar seu documento de identidade. Porém, nesta luta nós todos nos solidarizamos e demonstramos que um ideal não pode ser ferido com balas de borracha ou sprays de pimenta. Nossos feridos, nossos heróis e nossas baixas demonstram que o amanhã é hoje! Devemos garantir que seu sacrifício não seja em vão!
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